O certificado energético é um documento emitido com base no Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE), uma escala de oito níveis (A+, A, B, B-, C, D, E e F), onde F é atribuído a imóveis muito pouco eficientes e A+ corresponde aos edifícios com melhor desempenho energético.
Este certificado é obrigatório e todos os imóveis devem tê-lo, independentemente do ano de construção.
O que determina a classe energética de um imóvel?
- A sua localização;
- O ano de construção;
- A tipologia (se é um prédio, uma moradia, ...);
- O piso e a área;
- Os equipamentos associados à climatização (ventilação, aquecimento e arrefecimento) e à produção de água sanitária quente;
- A constituição dos materiais de construção (utilizados nas paredes, nos pavimentos, nas coberturas e envidraçados).
Porque se utiliza o Sistema de Certificação Energética dos Edifícios (SCE)?
- Para uniformizar os critérios de avaliação de desempenho energético. Apenas desta forma podemos fazer comparações entre imóveis e optar pelo mais eficiente.
- Para melhorar a eficiência energética do edifício. O perito qualificado, que faz a avaliação, apresenta um quadro de medidas de melhoria que poderá (e deverá) ser colocado em prática para reduzir os consumos de energia.
- Para identificar os sistemas técnicos e as componentes do edifício, registando, num só documento, toda essa informação.
Como pedir o certificado energético de um imóvel?
O certificado é emitido por um perito qualificado, pelo que deve procurar empresas que tenham este serviço na sua área de residência.
Para que o processo seja mais rápido, aconselhamo-lo a avançar com o pedido de certificação apenas quando reunir os documentos necessários para a avaliação. Para isso, vai precisar de:
- Cópia da planta do imóvel;
- Caderneta predial urbana (disponível para impressão no Portal das Finanças);
- Certidão de registo na conservatória;
- Ficha técnica da habitação;
- Outros documentos úteis (se possível, reúna documentos relacionados com especificações técnicas dos materiais e sistemas de climatização e produção de água quente utilizados).
Desta forma, o processo não demorará mais do que dois ou três dias úteis.
Antes da emissão do certificado, peça para consultar a versão final para que possíveis erros possam ser corrigidos.
Qual o custo do certificado energético?
O certificado, em si, tem um custo que varia entre 28€ e 65€, dependendo da tipologia da habitação. No entanto, para edifícios comerciais, os preços começam nos 135€ e vão até aos 950€, um valor que variável em função da área. A estes valores, acresce a taxa de IVA em vigor. No entanto, o serviço de certificação (por parte de um perito) não está tabelado e ao preço do certificado irá adicionar-se esse valor. Recomendamos que peça vários orçamentos, pois o valor dos honorários poderá variar de empresa para empresa, consoante o perito e a localização.
As taxas de emissão do certificado podem não ser aplicadas se apresentar um certificado energético anterior e as medidas indicadas pelo perito tenham sido implementadas. Para tal, o certificado original deve ter menos de dez anos e as medidas implementadas devem ter permitido uma classificação igual ou superior a B-.
Um particular que não tenha certificado de eficiência energética estará sujeito a uma multa entre 250€ e 3 740€. Para as empresas, a multa varia entre 2 500€ a 44 890€. Não arrisque!
Curiosidades sobre a Certificação Energética dos Edifícios
- Sabia que apenas 2,3% dos certificados emitidos são da Classe A+?
46,7% dos certificados energéticos emitidos estão dentro das Classes C e D e 20,3% nas classes E e F. - 2020 foi o ano em que se emitiram menos certificados energéticos desde 2017
Este valor vinha a subir anualmente, mas devido às restrições da pandemia desceu – foram emitidos em 2020 cerca de 198 000 certificados energéticos. - A maior parte dos certificados energéticos são emitidos para edifícios habitacionais e novos projetos.
O número de certificados energéticos é substancialmente mais baixo em projetos de reabilitação e edifícios de serviços. - Lisboa e Porto são os distritos onde se emitem mais certificados energéticos.
Os números não surpreendem e são um reflexo do maior investimento nos dois polos do país. Seguem-se os distritos de Setúbal, Faro e Braga. - Até junho de 2021 foram emitidos 10 864 certificados energéticos.
Destes, apenas 82 se encontram na Classe A+ e somente 665 dizem respeito a projetos de requalificação e reabilitação de edifícios.